Estado promove campanhas sobre integridade enquanto prefeitos são presos e fábrica clandestina de roupas falsificadas é desmantelada pela Polícia Federal
Santa Catarina — Enquanto campanhas institucionais exaltam a honestidade e o espírito trabalhador do povo catarinense, operações policiais recentes têm revelado uma realidade paralela marcada por corrupção, lavagem de dinheiro e falsificação em larga escala. A mais recente ação da Polícia Federal, realizada na quinta-feira (21), apreendeu cerca de 250 mil peças de roupas falsificadas em Brusque, no Vale do Itajaí, com valor estimado em R$ 20 milhões. A operação desmantelou uma fábrica clandestina que produzia imitações de marcas famosas como Nike, Adidas, Lacoste e Tommy Hilfiger, abastecendo lojas em todo o país. O caso reacende o debate sobre a coerência entre o discurso oficial e os fatos que vêm à tona em diferentes esferas do estado. Nos últimos dois anos, Santa Catarina viu prefeitos de diversos municípios serem presos por envolvimento em esquemas de corrupção, desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro. Em paralelo, campanhas publicitárias promovidas por órgãos estaduais reforçam a imagem de um povo honesto, empreendedor e comprometido com valores éticos. “O catarinense é trabalhador, honesto e faz acontecer” — diz um dos slogans veiculados em rádio e televisão. No entanto, os números de investigações e prisões por crimes contra a administração pública têm crescido, gerando desconforto entre autoridades e cidadãos. A fábrica de Brusque operava com maquinário avaliado em R$ 2 milhões e mantinha um estoque de mais de 1,5 milhão de etiquetas falsificadas. Segundo o delegado Eduardo Ferraz, a rede de distribuição alcançava centros comerciais em todo o Brasil, com lojistas cientes da origem ilícita dos produtos. Além da apreensão das peças, a polícia recolheu documentos, equipamentos eletrônicos e prendeu um dos suspeitos por posse ilegal de arma de fogo. Os envolvidos são investigados por crimes contra a propriedade intelectual, contra as relações de consumo e por associação criminosa. Especialistas apontam que a repetição de escândalos em diferentes setores — da política à indústria — pode comprometer a reputação institucional do estado. “Há uma dissonância entre o marketing institucional e os fatos concretos. Isso exige uma revisão profunda das práticas e da transparência pública”, afirma a cientista política Carla Menezes, da Universidade Federal de Santa Catarina. Enquanto isso, moradores e empresários honestos seguem tentando manter a imagem positiva do estado, mesmo diante de episódios que colocam em xeque a narrativa oficial.
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