Que o presidente e o ex-presidente se alimentam da polarização para aparecer nas redes sociais e focar nas pesquisas eleitorais, já sabemos. Mas o que fica para trás nessa briga pelo poder e o que mais pode afetar o povo brasileiro?
Enquanto os holofotes estão voltados para o embate entre Lula e Bolsonaro, muita coisa importante escapa do debate público e das prioridades políticas. A polarização intensa não só molda o cenário eleitoral, mas também deixa um rastro de consequências sociais, institucionais e econômicas que afetam diretamente a vida do povo brasileiro. Mas o que fica para trás nessa disputa de protagonismo? Debates técnicos e soluções concretas: questões como saúde, educação, saneamento e mobilidade urbana perdem espaço para narrativas ideológicas e ataques pessoais. Diálogo democrático: a polarização reduz a capacidade de diálogo entre diferentes setores da sociedade. Isso gera intolerância, impede consensos e paralisa reformas estruturais. Representatividade plural: candidatos moderados ou com propostas alternativas são engolidos pela lógica do “ou é um, ou é outro”, o que empobrece o debate e limita as opções do eleitorado. Desinformação e fake news: ambientes polarizados são férteis para a disseminação de notícias falsas, que reforçam bolhas ideológicas e dificultam o acesso à informação confiável. Instituições sob pressão: a confiança nas instituições democráticas — como STF, Congresso e imprensa — é corroída quando são constantemente atacadas por um dos lados. Impactos diretos sobre o povo brasileiro: Desconfiança generalizada: a população passa a desconfiar de tudo e de todos, o que gera apatia política e desengajamento cívico. Radicalização social: famílias, amigos e comunidades se dividem, criando um ambiente de hostilidade e medo de expressar opiniões. Desigualdade de prioridades: enquanto se discute quem é “mais corrupto” ou “mais patriota”, problemas urgentes como fome, desemprego e violência urbana continuam sem respostas eficazes. Em resumo, a polarização pode até ser útil para manter figuras políticas em evidência, mas cobra um preço alto da sociedade. E o mais preocupante é que, nesse jogo, o povo vira espectador — quando deveria ser o protagonista.
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