Além da mais recente tensão entre Israel e Irã, o Oriente Médio já havia se tornado palco de muita instabilidade nas últimas décadas
O Oriente Médio é uma das regiões mais antigas habitadas continuamente no planeta, berço de civilizações como a mesopotâmica e de religiões como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Por isso, muitos grupos têm vínculos profundos e disputas enraizadas pelo controle de territórios considerados sagrados. A cidade de Jerusalém, por exemplo, é reverenciada por essas três religiões e já foi palco de incontáveis disputas. Ao longo da história, o domínio estrangeiro — como o Império Otomano e, depois, o colonialismo europeu — redesenhou fronteiras sem levar em conta os povos locais. Isso plantou sementes de conflitos que ainda reverberam. Quando os países europeus se retiraram após a Segunda Guerra Mundial, muitos Estados recém-criados ficaram com tensões internas não resolvidas. E tem também o petróleo. A riqueza energética da região a transformou em um tabuleiro geopolítico global, atraindo o interesse de potências como os Estados Unidos, a Rússia e outras nações. Isso resultou em alianças frágeis, intervenções externas e guerras indiretas, como as que ocorrem atualmente em lugares como Síria e Iêmen. Além disso, há disputas étnicas (como entre árabes e curdos), rivalidades religiosas (como entre sunitas e xiitas), regimes autoritários, desigualdade e escassez de recursos naturais. Tudo isso compõe um cenário altamente volátil. Mas apesar de toda essa complexidade, também há muitas pessoas e movimentos na região que trabalham por paz, justiça e reconstrução. O problema é que as vozes moderadas nem sempre fazem barulho suficiente diante do estrondo dos conflitos armados.
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