A polêmica já dura mais de um século entre vários inventores que tentaram reivindicar ou foram considerados pioneiros na criação do avião
Os irmãos Wright, Orville e Wilbur, são amplamente reconhecidos como os inventores do avião. Em 17 de dezembro de 1903, em Kitty Hawk, Carolina do Norte, nos Estados Unidos, eles realizaram o primeiro voo controlado de uma aeronave motorizada mais pesada que o ar. No entanto, há um debate histórico sobre o papel de Alberto Santos Dumont. Em 23 de outubro de 1906, em Paris, ele realizou um voo público com o 14-Bis, sem a necessidade de dispositivos auxiliares como trilhos para decolagem. Os críticos dos irmãos Wright argumentam que, devido ao uso de uma catapulta para lançar o avião e à dependência de ventos fortes para sustentar o voo, a aeronave de 1903 não teria autonomia suficiente para ser considerada um avião verdadeiro, mas sim um motoplanador. Além disso, a ausência de rodas exigia um sistema externo para a decolagem, diferentemente do 14-Bis de Santos Dumont, que decolava sozinho, sem assistência externa. Ao longo da história, vários inventores tentaram reivindicar ou foram considerados pioneiros na criação do avião. Alguns dos mais notáveis incluem, Clément Ader (França) – Em 1890, que projetou e testou o Éole, uma máquina voadora a vapor. Gustave Whitehead (Alemanha/EUA), com alegações que ele teria realizado voos motorizados antes dos Wright, em 1901, mas há falta de provas concretas e testemunhas confiáveis, tornando sua reivindicação controversa. Samuel Langley (EUA), que desenvolveu o Aerodrome, uma máquina voadora financiada pelo governo dos EUA. Porém, seus testes fracassaram, pois a aeronave não conseguiu fazer um voo controlado. Richard Pearse (Nova Zelândia), que poderia ter conseguido um voo curto e motorizado em 1902, mas sem documentação suficiente para comprovação oficial. Mas podemos afirmar que Santos Dumont foi o primeiro a comprovar publicamente um voo que atendia às exigências formais da aviação. O feito foi documentado e cumpriu critérios fundamentais para ser reconhecido como um voo autônomo: decolagem sem auxílio externo, propulsão própria e voo controlado.
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