O PL da Anistia tem apoio significativo de partidos do Centrão, mas há resistência de setores ligados ao governo e ao STF, que veem o projeto como uma tentativa de beneficiar diretamente Bolsonaro e seus aliados
"É por elas, é pelos seus netos, é pelos seus filhos, é por justiça, é pelo nosso Brasil e pelo nosso futuro''. Assim o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou sua militância para uma manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, pela anistia a pessoas envolvidas na invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. O protesto aconteceu ao mesmo tempo em que a bancada bolsonarista no Congresso Nacional tenta acelerar a votação de um projeto de lei que prevê a anistia para pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro. O PL da Anistia prevê que as penas para essas pessoas sejam extintas e tem ganhado apoio de partidos após uma força-tarefa do PL, partido de Bolsonaro, no Congresso Nacional. Um relatório do Supremo Tribunal Federal (STF) de janeiro deste ano apontou que 371 haviam sido condenadas por crimes relacionados ao episódio. Outras 527 teriam admitido a prática de crimes relacionados e feito acordos com o Ministério Público Federal (MPF) para não serem processadas. As chances do Projeto de Lei da Anistia ser pautado na Câmara dos Deputados ainda são incertas. O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que a decisão sobre pautar ou não o projeto será tomada em conjunto com o Colégio de Líderes. Ele destacou que o tema será tratado com responsabilidade e que seu objetivo é buscar uma pacificação nacional. Por outro lado, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, declarou que pedirá urgência na tramitação do projeto durante a próxima reunião de líderes, o que pode aumentar a pressão para que o tema entre na pauta.
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