Um idoso m0rreu 12 horas depois de ter o socorro negado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de São João da Boa Vista - SP em 2019. Casos semelhantes chamam a atenção das autoridades e da população
'Estaria vivo', disse a aposentada Maria José Jesus Vicente, esposa do idoso de 78 anos que m0rreu em 2019, após ter atendimento negado pelo Samu. Geraldo Vicente m0rreu 12 horas depois de várias solicitações por ambulância em Espírito Santo do Pinhal, em São Paulo. Médica e dois atendentes foram demitidos. A opinião sobre a demora pelo socorro é compartilhada pelo vizinho que ligou para o Samu para pedir a ambulância. “O faleciment0 dele se deu por choque séptico, que é falênc1a múltipla dos órgãos [causada por infecção]. Segundo os médicos que eu consultei, esse quadro poderia ter sido revertido se socorrido precocemente", disse o agente funerári0 Leonardo Orte, de 35 anos. "Essa demora para poder levar ele ao pronto-atendimento poderia, sim, ter feito a diferença entre a vida e a m0rte dele. Segundo ele, foram quatro solicitações pela ambulância de atendimento por volta das 23:00. “Foi falado que ele tinha 78 anos, que era hipertenso, que ele estava passando mal, mesmo assim, eles falaram que a médica avaliou. Aqui é Espírito Santo do Pinhal, interior, quando liga para o Samu cai em outra cidade para depois ser passada para a cidade de Pinhal para poder estar indo até a residência da pessoa, então como que a médica lá de São João da Boa Vista, de outra cidade pode avaliar ele aqui para autorizar a saída da ambulância? É arriscado”, disse. Em seguida, a mulher tentou entrar em contato com o pronto atendimento para pedir a ambulância, mas foi informada que o motorista estava em horário de jantar e não tinha outra pessoa para colocar no lugar dele. O agente funerári0 ligou em seguida e avisou que estava gravando através de um aplicativo no celular. Após insistir com o primeiro atendente, Orte foi encaminhado para falar com o seu superior, que também negou o envio da ambulância. Esse último informou que quem poderia autorizar seria a médica de plantão. “Aí eu falei que queria falar com a médica, porque é um caso de emergência, o homem está morrend0 aqui. Foi quando ela falou aquelas coisas gravadas, que Samu não é táxi”. Vicente foi socorrido apenas depois da meia-noite e meia pela ambulância do pronto atendimento da cidade. O advogado de defesa da médica, Elias Curvelo, afirmou que todos os protocolos do Ministério da Saúde foram cumpridos, que o paciente permaneceu no pronto-socorro por mais de 12 horas e que os atendimentos foram realizados.