O peso dos gêneros, especialmente para mulheres e negros, é um tópico relevante. A representação política ainda enfrenta desafios em relação à proporção da população
O voto feminino no Brasil foi reconhecido em 1932 por meio do Decreto 21.076, do então presidente Getúlio Vargas, que instituiu o Código Eleitoral. Foi incorporado à Constituição de 1934, mas era facultativo. Em 1965, tornou-se obrigatório, sendo equiparado ao dos homens. A alagoana Almerinda Farias Gama (1899-1999) foi pioneira no movimento pelo sufrágio feminino e uma das primeiras mulheres a atuar na política. Negra e líder sindicalista, Almerinda também se indignou com as diferenças salariais entre mulheres e homens. As mulheres representam 51,5% da população, em 2022. Entre 2016 e 2022, o Brasil teve, em média, 52% do eleitorado constituído por mulheres. Nas Eleições Gerais de 2022, 18% dos candidatos eleitos para o Poder Legislativo são mulheres. A maioria do eleitorado feminino das Eleições 2022 tem entre 35 e 39 anos. O Brasil ocupou a posição 129 no ranking global de representação feminina na Câmara dos Deputados, com apenas 17,7% de assentos ocupados por mulheres. Negros e pardos representam 55,5% da população, mas ocuparam apenas 26% dos espaços na Câmara na mesma eleição. Para incentivar a participação desses grupos, as regras eleitorais incluem cotas de gênero, exigindo que os partidos tenham no mínimo 30% de candidatas mulheres. Recursos do Fundo Partidário e Eleitoral são reservados para campanhas femininas e de negros e pardos. O tempo de propaganda nos meios de comunicação garante visibilidade às candidaturas. Ainda há muito a ser feito para alcançar uma representação mais equitativa. A aprovação da PEC da anistia pela Câmara dos Deputados pode impactar essas questões, mas o texto precisa passar pelo Senado para entrar em vigor.