Alguns veem isso como uma maneira de expressar valores e crenças, enquanto outros alertam para os riscos de uma influência excessiva da religião nas decisões políticas
'Deus não nos escolheu por causa dos nossos méritos', disse Tarcísio em discurso na Marcha para Jesus. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve presente no evento evangélico realizado na capital paulista nesta quinta-feira(30). Durante sua fala, o político citou passagens bíblicas e afirmou que o público presente "foi escolhido", mas não por seus "méritos" e sim pela "misericórdia de Deus". Tarcísio ainda pediu aos fiéis orem "por nós, pelos dirigentes, pelo Brasil e pelo povo brasileiro" em discurso em cima do palco. No Brasil, a política e a religião estão profundamente entrelaçadas. Isso se deve, em parte, à forte influência das igrejas evangélicas e católicas na vida política do país. Políticos frequentemente participam de eventos religiosos, como a Marcha para Jesus, para se conectar com suas bases eleitorais e demonstrar apoio a determinadas causas. Recentemente, houve polêmica em relação ao discurso da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro durante um ato de Jair Bolsonaro. O discurso foi questionado por apontar a supremacia cristã. Portanto, a presença de políticos em eventos religiosos pode ter diferentes propósitos, como ganhar apoio eleitoral ou expressar afinidades ideológicas. Alguns argumentam que a fé religiosa deve influenciar as decisões políticas, pois a moral e os valores religiosos podem guiar ações em benefício da sociedade. Por outro lado, há quem defenda a separação estrita entre religião e política. Alegam que questões de convicção pessoal não devem ser a base para decisões que afetam toda a sociedade. Enquanto a política confessional é aceitável em uma democracia pluralista, o estado confessional é geralmente considerado inadequado. A mistura de política e religião é uma questão complexa e controversa. Alguns veem isso como uma maneira de expressar valores e crenças, enquanto outros alertam para os riscos de uma influência excessiva da religião nas decisões políticas. Cabe a cada sociedade encontrar um equilíbrio adequado entre esses dois domínios.