A vulnerabilidade do Sul do país para extremos envolvendo chuva é do conhecimento do governo federal desde, pelo menos, 2016. Além disso, o governo gaúcho foi avisado antes sobre o risco
Enquanto a chuva torrencial castiga o Sul, o Norte ainda tenta se recuperar da seca histórica de 2023, com impactos em todo o país. E a falta de resposta em uma política pública de prevenção e de preparo para as mudanças. Dias antes, o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu um alerta de chuva acima da média com consequências para as cidades do estado. O órgão é quem faz os alertas oficiais para a Defesa Civil. Apesar disso, o que especialistas responsáveis pelos alertas explicam é que uma série de falhas impediu que as pessoas fossem impactadas: Cidades tinham pouca ou nenhuma estrutura para a Defesa Civil; Não tinham um plano que indicasse às pessoas o que fazer e para onde ir com o alerta. Segundo o governo do Rio Grande do Sul, só 54% das cidades tinham uma estratégia. Falta de monitoramento para o risco de desastre. Apenas 45 estavam no sistema federal e ampliar dependeria de investimento; Falta de campanha para que as pessoas estivessem cadastradas no sistema que manda o alerta por telefone: apenas 11% da população gaúcha está inscrita. Falhas por falta de modernização no sistema de contenção de chuva, como é o caso de Porto Alegre. O evento extremo, como os especialistas chamam, é reflexo das mudanças climáticas causadas, principalmente, pelas emissões de gases do efeito estufa, que estão em níveis recordes. Apesar da ação da natureza, há anos, estudos alertavam os governos de que o estado estava vulnerável. As pesquisas foram incluídas no projeto do Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas, que foi engavetado.